segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mudanças


Estava pensando no poder de ser mãe.
Fora a atmosfera mágica que é o ato de dar a luz a outro ser, mas digo no sentido de como esse ato por sí só é capaz de mudar tantas coisas de um instante pra outro.

Tantas mudanças, em tão pouco tempo. Parece até que o filho sai e a generosidade entra.
Quando nos tornamos mães, viramos o bicho mais generoso desse mundo !
Passamos a nos colocar mais no lugar do outro, ficamos mais delicadas no trato com o próximo...
E deixamos de ter um dos defeitos mais feios que existe : o egoísmo !
Quando nos tornamos mães, somos mães não só dos nossos filhos, mas adotamos também o marido, os sobrinhos, os afilhados, aquela criancinha que chora no supermercado fazendo birra por causa de um shampoo do "pinguino" ...
Ver um pequeno em apuros, deixa qualquer mãe com o coração estraçalhado! O tal do instinto materno grita, e temos vontade de resolver todas as dores do mundo.
Mães se sacrificam por natureza.
Aposto que várias vezes você já viu sua mãe dizendo que fica com o bife que queimou...
Felicidade de mãe, é ver a família reunida e feliz. Só isso !
A maternidade nos dá o contentamento.
Já somos tão abençoadas por termos filhos tão lindos, que nos dão tantas alegrias... O que mais ousariamos desejar ?
O que me deixaria mais feliz, que acordar com um sorriso gostoso do meu filho ?
Nada nesse mundo !
Vou ficando por aqui, com meu bifinho queimado, mas feliz da vida !

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Profissão ? Mãe !


A cena é corriqueira.
preenchendo um cadastro qualquer, a mocinha lhe pergunta: Profissão ?
5 segundos de silêncio, você olha para os lados, olha para cima como se esperasse uma intervenção divina, sabendo que ex alguma coisa ou futura outra coisa que estagnou na vida não será a melhor resposta...
Então com o rosto a essa altura já corado, você solta um tímido : sou SÓ mãe.
A mocinha nenhum pouco disposta a amenizar o seu lado, sentindo ali sua chance de pisar em alguém (considerando que ela é pisada o dia todo), fala alto, claro e em bom tom para quem quiser ouvir : Ah, vou colocar SÓ do lar então !
Para alguém que estudou 4 anos, trabalhando em dois empregos em busca de um título nobre, essa é a pior sensação do mundo.
Então você sai, pedindo que a terra abra um buraco e te engula.
Primeira questão: Por que é tão importante saber a sua profissão ?
Então será que em um hospital por exemplo, eles olham sua ficha, Ah ! ela é só mãe, pode esperar. Vamos atender primeiro a Advogada bem sucedida, afinal, ela tem muito oque fazer!
Segunda questão: Alguém ai já se pôs no lugar da SÓ mãe, uma vezinha sequer ?
Eu confesso que não.
Eu mesma, na época dos 2 empregos e faculdade, não entendia como minha mãe não tinha feito algo que eu pedi, afinal, ela só ficava em casa poxa ?
Pois se há mesmo a lei do retorno, cá estou eu colhendo os louros de cada desaforo que fiz a minha mãe.
Quando eu decidi que ficaria em casa cuidando do João, largando tudo pra depois, não imaginei que seria tão difícil.
Ser SÓ mãe, não lhe permite entrar as 8:00 e sair as 18:00. É uma jornada de 24 horas diárias.
Pode dar adeus aos feriados prolongados, viagens, festas e qualquer outro lugar que o pequenino não se sinta bem e confortável.
Ficar doente ? Não tenho tempo pra isso ! Então você acha mesmo que pode entregar ao pimpolho um atestado de 2 dias dizendo que você precisa de repouso, e ele prontamente sumirá da sua frente ?
Dormir ? oque é isso ?
Se ele não dorme, você não dorme. Se ele dorme, você não dorme ou porque tem a casa toda pra cuidar, ou porque está achando muito estranho ele dormir tanto, e acha melhor ficar do lado dele vendo se a barriga sobe e desce ao respirar, pra se certificar que está tudo bem.
Comer? a incrível técnica das 2 colheradas !
Tem ainda a cobrança que vem de todas as partes. Você não pode se descuidar, afinal, seu marido precisa de atenção, quer a mulher bonita ! Ou você será trocada. Sempre tem uma desgraçada que conhece uma infeliz que passou por isso. E quando você está toda descabelada, de pijama, com os peitos vazando, ela solta essa fábula pra te animar.
Esqueça as tardes que passava se cuidando, fazendo as unhas, cabelo, depilação, esfoliação...
Com sorte vc poderá tomar um banho rápido.
E depois de tudo isso, vc ainda ter que ouvir : Mas vc só fica em casa ?
Alguém aí quer trocar ?

Virei Mãe !


Na maternidade, a enfermeira me entrega o João, fecha a porta e vai embora.
É nosso primeiro contato olho no olho. Com ele aninhado em meus braços, a pergunta que vem á mente é " E AGORA ?"
De repente, é como se tivessem colocado uma girafa dentro daquele quarto. Eu simplesmente não tinha a menor idéia do que viria dali em diante. Aliás, não tenho até hoje.
Embora a gravidez lhe conceda longos 9 meses para se preparar, eu não estava preparada.
Ao contrário da maioria das mulheres, que sonham, treinam, e desejam passar por isso um dia, depois de ouvir de 3 médicos que eu dificilmente teria uma gravidez sem muitos tratamentos, fiz o caminho inverso. Decidi que não sofreria por algo que não teria. E me dediquei à outras coisas, foquei na profissão e nos estudos.
Mas a vida nos prega grandes peças, e comigo não seria diferente.
E eis que fui nomeada para o cargo mais impensável da minha vida !
A entrega do João pela enfermeira, me fez ver que daquele momento em diante, tudo seria diferente. E por mais que eu estivesse assustada, ter aquele pacotinho dormindo em meus braços, como se ali fosse o melhor lugar do mundo, sentir a confiança dele em mim, me fez ver que eu daria conta. Eu tinha que dar, eu tinha a ele e ele a mim.
Não que o " E AGORA" não fosse pintar nunca mais, eu virei mãe, não a mulher maravilha ! Mas aquele toco de gente me passou uma confiança, e eu não poderia desapontá-lo.
Ter o João, não foi só ter me tornado mãe. ele nasceu de mim, e de uma forma eu também nasci dele. Eu entrei naquela maternidade de um jeito e sai novinha em folha. Era minha chance de reescrever minha história. Eu tinha que fazer uma escolha, e a fiz sem medo, sem receios e sem censura. Me joguei de cabeça. Eu seria a melhor mãe que eu poderia ser. Ainda que isso incluisse abrir mão de tudo que eu sonhei um dia. Era hora de sonhar novos sonhos.